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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A Alma Acorda e Treme


Gestos ou sombras apodrecidas
Despenham-se dos cumes do tempo
Rolam pedras sobre as osssadas
Da carne magoada
Soltam-se os espinhos
Rasgando as veias de todos os pensamentos
Deixando este sombrio caudal
Entre o negro de um sorriso
E os lábios entreabertos
De uma alma que acorda e treme
Na angústia ressurge o pavor
Em reflexos avermelhados
Deixam no olhar o fogo
Que aquece o brando peito
Onde jazem as mágoas
Repisadas pelos pés dolentes
De mil silêncios escondidos

Tombam as últimas gotas
Deste vermelho tão desejado
Esvai-se o espírito
Para além deste céu
Enquanto nesta aldeia
As bocas se escancaram
E as mãos estalam
Atigindo o êxtase de uma glória
Coberta de todas as ignorâncias
Cruel e vil sentir este
Que preenche vidas
Alimentando-se deste findar
Enquanto o pulsar retina
Num gesto de desepero cortando as amarras
De uma morte em vida
Condenam-se os últimos gemidos
Abrem-se covas no deserto
Enterra-se a vida
E mais uma vez
A ALMA ACORDA E TREME!

domingo, 4 de novembro de 2007

Pégadas

Quando a noite descer

Pelos degraus do sol

E o esboço da vida

Se desenhar nessa linha

Onde o tempo e o sonho

São um só

Reabre os espantos em ti contidos

Escuta os passos do silêncio

Toma nas mãos as pégadas da alma

Porque...

Nada mais sobra

Que a memória florida

De um instante.