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quarta-feira, 17 de outubro de 2007

PEDAÇOS DE GENTE

Pedaços de gente

Na beira da calçada

Sobre a pedra fria

Esmagados...........

Feridos..........

Roubados..........

As passadas tocam

As margens deste corpo

Cada vez mais alheias

Aos gemidos e às dores
Pedaços de gente

Para quem o pão ressequido

É o tocar este céu baixinho

Já não ouvem uma palavra

Nada esperam desta maldita raiva

Que lhes impuseram
Pedaços de gente

Que trazem o olhar turvo e distorcido

Estranhos cobertores

Tapam a miséria de papelão

E ninguém diz nada
Pedaços de gente

Em extrema solidão.

Pedaços de gente

Esmagados pelas mãos

De quem nunca soube

Abrir a alma

A um grito de pobreza.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Tomba o céu na preplexidade deste anoitecer
É o outono caindo sobre a poalha do tempo
Vai subindo nas mãos o entardecer
Feito de uma réstia de luz
Debruçada sobre a Alma
Estende-se o oiro da eira
Loiras espigas
Desenhadas num rasgo de luz
Enquanto o olhar vai aquém
Dessa linha que o toca
Qual brisa orando este Hoje
Aspergido de Luz.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Mãos Vazias

Mãos vazias
Tecem gestos emaranhados
Alastram raízes
Na branda terra que as olha
Cavam regos de tempo
Semeiam horas perdidas
Colhem frouxas sombras
Fragmentos de anos idos
Rasuras flageladas
Na cruz retorcidae amordaçada na dor
Que lentamente poisa
Nos braços da mágoa

Mãos vazias
Num áspero lamento
Vagueando entre a pena que se tem
E a que se perde
Em memórias
De tinta azul.