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quarta-feira, 16 de junho de 2010

SONHOS CASTRADOS

No silêncio do olhar
Há um rio sonolento
Um pássaro dilatando as asas
Um sol refletido
Na calçada negra de lamúrias
Abraça-nos a quietude inquieta
O corpo espreguiça a monotia
As mãos dedilham o rosário
E pedem um sem fim de esperança

Rodam as horas
Na moldura do tempo
E o ontem foi sombra
Neste hoje mentido

E acreditaste no Sol
Na atitude apaziguadora
No discurso pausado
Na força das palavras
Setas apenas
Atiradas á fornalha

Na memória renasce a fome
Nos bolsos o vazio
Na alma o sonho castrado
No pensamento
A ira de apenas seres um número

Desilusão!
Raiva!
Grito!
Mas ninguém te ouve
Porque os números só cantam
Nas madrugadas mentidas.

Vértice da Alma