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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Minha Ilha

Lança-se o poente
Sobre o azul espelhado na lagoa
Onde mil lágrimas choveram
Deixando o pranto esvair-se
Entre as escarpas que abraçam este silêncio
Que teimosamente rasga as veias
Em trinados de saudade

Minha ilha
Feita de lava e lume
Hino coroado de trindades
Chão negro
Palmilhado por contas
De um rosário
Pleno de Esperança

Minha Ilha
Feita de proas
Largadas no manto de águas
Nas mãos a promessa
Na alma a certeza de um naco de pão
Que cale o tremor do amanhã

Minha ilha minha ilha
Adormecida em verdes silêncios
Onde o rumorejar da folhagem
É desejo ardente
De uma nova caminhada

Minha ilha de lava e lume
Alma rendilhada
Nas veias de um poeta.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Espaço Vazio



São palavras que nascem entre a saudade
Que abraça a alma
E o grito que aperta o peito
Deixando deslizar a pena
Qual voo suave
Sobre o azul
Que nos toca o espírito
São palavras de poetas
Artesãos da palavra
Trazem nas mãos migalhas de alma
No olhar um desejo quase divino
Na boca uma tocha acesa
No pensamento memórias
De quem largou o cais
No veleiro da esperança
São palavras no vazio do espaço
Madrugadas cheias de orvalho
Almas desnudadas
Num fado de lamentos
Lágrimas de contas dedilhadas
A cada suspiro

E tudo isto renasce
Entre um olhar grávido de esperança
E o espaço vazio
Que rodopia no tempo.