Lança-se o poente
Sobre o azul espelhado na lagoa
Onde mil lágrimas choveram
Deixando o pranto esvair-se
Entre as escarpas que abraçam este silêncio
Que teimosamente rasga as veias
Em trinados de saudade
Minha ilha
Feita de lava e lume
Hino coroado de trindades
Chão negro
Palmilhado por contas
De um rosário
Pleno de Esperança
Minha Ilha
Feita de proas
Largadas no manto de águas
Nas mãos a promessa
Na alma a certeza de um naco de pão
Que cale o tremor do amanhã
Minha ilha minha ilha
Adormecida em verdes silêncios
Onde o rumorejar da folhagem
É desejo ardente
De uma nova caminhada
Minha ilha de lava e lume
Alma rendilhada
Nas veias de um poeta.