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terça-feira, 29 de maio de 2007

Palavras



Impulsos mútaveis vivem em mim
No pensar,no existir
Palavras que não são fim
Mas sim espaço no meu sentir.

Palavras,artesãs do pensamento
Na voz da alma da humanidade
Teia divina do sentimento
Arca tornada liberdade.

Palavras,recolhidas na minha memória
Trazidas pelo vento serenado
Brisa, ou sonho com o sabor a vitória
No patamar da razão esboçado.

Palavras,árvore do versejar
Em presenças concisas e concretas
Palavras,pertenças deste mar
Palavras,orações dos poetas.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Voz Da Alma

Soltam-se neste ar frio
Veêm do fundo do ser
Múrmurios de uma saudade
Espalhados no Infinito
Confundem-se com o marulhar
Não!
Não é a voz do mar!
Não é o respirar de uma onda!
Não é o bocejar de um entardecer!
É a voz da Alma
Que canta as palavras
Fazendo deste momento
O olhar do pensamento.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Infinito

Batem as horas nuas
Sobre o tempo que avança
Deixando as pégadas
De um silêncio arrefecido
Nas dobras do destino
É sempre assim
Quando a saudade é ALMA
E o sentir é esta linha
Que me separa
Do infinito que em mim vai crescendo

Batem as horas nuas
Sobre o orvalho da ALMA.

Não Mais Que...

Não mais que....
Uma alma no Universo
Envolvida em circulos de fogo
Estendendo as mãos ao anoitecer
Alongando o olhar terno do luar
Até aos lábios do pensamento
Deixando assim o veio aberto
De um sonho onde se ama
A chuva das horas
Em silêncio
Bebendo este néctar infinito
Cujas pétalas desfolho
A cada virar de página
Revendo-me como filha do vento e da madrugada.
Não mais que
Uma asa solta em torno
De um novo amanhecer.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

entre linhas



Bastava o esvoaçar de uma ave
Para sentir o arrepio percorrer o corpo
E a alma subir em silêncio
Ao regaço da paz
Bastava sentir o amanhecer
Entrar-me pelas frinchas do pensamento
Para soltar todos os horizontes
Bastava o sorrir do vento
Rompendo a pele
Para eu acreditar no frio
Que me persegue
Quando em mim a solidão avança
Bastava uma folha nua
Deslizando entre as mãos
Para eu sentir ali o ventre dilatar-se
Deixando o olhar preso
Em mais um pedaço de mim.
Bastava
Uma letra
Um gesto
Um voo
Uma asa
Para eu ir aquém de mim
Reencontrando-me
No acreditar
Hoje
Basta-me o sopro da maresia
Abraçar-me
Para que em minha alma
Dance este querer tocar
Levemente o corpo da palavra.

Memórias


A noite ainda é sombra
Que atrás não torna
Á face deste dia
Que vivi e usei
Até o sorriso da memória
Despertar para a voz
Emanada deste destino
Que agulha a luz
Dos céus abertos soltam-se
Fios de prata
Amanhecendo palavras
Que escaparam á luz de cada hora
Alheia de mim e do pensar
Mergulho na imensidão do Ser
Lentamente vou descobrindo
Memórias Neste universo.

domingo, 20 de maio de 2007

É Tempo



É tempo de tomar nas mãos a ternura
De escrever com o corpo
No mar da palavra
E beber os teus rios
No silêncio
É tempo de unir a minha mão
Á solidão que de ti emerge
Em acordes outonais
E guardar nessas conchas
O tempo
Que espera o momento
Do ceder
Do reaprender
Do evocar esses silêncios
Nas mãos do seu próprio som
É tempo de eu morrer um pouco
Para que haja um renascer.

Coração de Água

Ao olhar ascende um oceano
Alaga os sonhos
Suspensos nas nuvens
De uma saudade
São tochas...
Que tisnam o rosto da alma
São sons...
Que estremecem
As margens do meu ser
São acenos...
Emergindo da ausência
São legendas...
Na tela da vida
São memórias...
Esvaziadas num soluço
São fontes...
Espelhadas num coração de água
São...?
Sim...
São lágrimas que retenho nas mãos
E com elas vou escrevendo.

Entrelinhas



Não é o nada
Não é o eco
Nem as ruas desertas
De um pensamento que leio
Nas páginas da vida
Mas sim...
Um tempo que se ergue
Na janela de um corpo
Aonde as imagens
São as legendas
Nas entrelinhas da memória.

Mãos de Papel


Duas linhas caídas de um corpo
Nasceram no fundo da alma
São anseios profundos
São lágrimas de um sol
São espelhos de uma partilha
São abraços sem fim
São madrugadas no meu entardecer
São a saudade de um rosto
São e sempre serão obras incompletas no meu ser
As minhas mãos de papel.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Quem Sou





Sou a água que lavas o cansaço
Quando te curvas sob o tempo
E a tua alma inerte
Contorce-se na dor que de ti se abeira
Sou o grito
O caminho
O destino
O canto esquecido
Na tua pena solta
Quem sou?


Talvez o poema que te abraça

No silêncio.

Palavras

Palavras dançando no vento
Enquanto a noite adormece
Sobre um tempo morno
Onde o silencio é o ventre mais dorido
Deste Universo
Que envolve cada passada
De quem eleva a prece
A um céu de paz
Não sei com que mão
Benzes a alma da palavra
Não sei com que água
Salpicas cada pedaço de ti
Não sei que fogo
Se ateia na cintura da tua alma
Para que dos teus dedos
Se soltem as contas
De um rosário molhado

Não sei se as palavras te devoram
Esmirrando todos os murmurios
Sorvendo cada lágrima
Que sobre teu rosto desliza
Como um rio cansado
De olhar fugaz
Buscando essa foz
Que lhe escapa nas margens do corpo
Palavras
Danças de fogo
Setas que disparam sobre o pensamento
Deixando na alma
A hora
Onde refletida está
A saudade de quem partiu
Sem levantar a mão
Com que benzeu
A voz solta da alma
Palavras
Sons
Silêncios
Ecos
Vazios
Desertos
De quem paginou
E folheou
O livro onde escrito está
Que o poeta é pó
Mas a sua alma
É lume que arderá
Mesmo que a morte se vista de branco
Entregando-se na escuridão da noite.

Escrevo


Escrevo com o carvão dorido
As lágrimas perdidas
No oceano da vida
Escrevo a raiva
O ódio
O medo
A angústia
Que ficaram aquém de todas as sombras
Escrevo
A pobreza rasgada
Desse ventre alquebrado
Sob a angústia do nada
Que a enleia
EscrevoMiséria, raiva, dor
Com a alma em desassossego
Porque aqui bem dentro de mim
Não encontro a linha recta
Deste desassossego
Escrevo Alma
Com o lhar marejado
Porque do nada
Apenas restam as ossadas
De um corpo adormecido
Na eternidade de um tempo magro.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Avé Maria de uma Poetisa


Avé Maria!Escuta-me nesta hora
Que é silêncio no meu ser
Não tardeis!
Acendei na minha alma
A fogueira do amor
Limpa o sal do meu rosto
Com as mãos do teu eterno carinho
Avé Maria!Cheia de graça
Olha-me neste corpoGrão de areia!
Toma-o na tua mão
Esvazia-o!
Molda-o!
Retoca-o!
Aconchega-me esta fé
Perfuma-o com a tua luz
Tira-me desta alma
As vestes do luto e da aflição
Reveste-a com o manto da paz
Para que eu seja em tudo
A imitição do fruto bendito
Que tu gerasteEm espírito
Bendita sejas tu Maria
Que caminhas entre as mulheres
Fazei delas um instrumento
Ou sómente palavra
Que se espraia na única verdade
Do viver e construir
Do partilharDo abraçar
Mãe de Cristo!
Agora sim já és parte de mim
Oras em mim
Tomaste em teus braços a minha cruz
E fizeste de uma pecadora
A esperança!
A harmonia !
O renascer!
Avé Maria
Deixa-me unir as tuas ás minhas mãos
E nessa tela imensa que é a vida
Iremos colorir todos os sonhos
Dar-lhes corpo e voz
Soltá-los neste universo
E nascerá no meu ser
Uma nova vida.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Disseste

Disseste que o carmim das rosas
Eram a fogueira acesa
Que transbordava do meu olhar
Sempre que a noite me tocava a alma
Disseste que o verde das tardes de Setembro
Era a esperança crescendo
Na eira do tempo
Onde a melancolia se desfolhava
Como pétalas de lírios
Cobrindo a tez das horas
Em instantes de luz
Dissestee que numa ilha
Não cabe a solidão
Nem a vertigem da dor
Nem o desespero do horizonte
Nem o bocejar do sol
Mesmo que o mar se ajoelhe

Disseste!Ah!Se disseste!
Mas!

Não disseste
Que nada é o acaso
Que há olhares onde nascem jasmins
Acendendo a luz da alma
Que na brancura deste pedaço de papel
Existem sinais
Que só a alma conhece
Não disseste que este Vértice de Alma
É apenas um capítulo de um livro
Onde tudo se lê
E nada está escrito!
Disseste!
O nada deste tudo
No todo que me abraça o olhar.

Lágrima

Era a última
Que rompeu todas as manhãs
Erguendo-se entre névoas e sombras
Subindo nas mãos do vento
Deslizando sobre o deserto
Estremecendo o olhar
Era a última
Transparente
Sentida
Sequiosa
De um rubro crespúculo
Numa tarde vestida
De memórias

Era a última lágrima
De um lago colado á pele
Num rosto sem idade.

Sinais

Nas pontas dos meus dedos de bruma
Nascem madrugadas
Rompendo as névoas do pensamento
Desfolhando o sentir
Deixando na almao perfume adocicado
De um renascer
Nas pontas dos meus dedos de bruma
Deslizam sinais de um cantar de alma.

Fios de Tempo


Soltam-se...
Entre a noite
E o amanhecer
Despenham-se do alto
Em gotas de chuva miudinha
Viajam num rio peregrino
Repassam as tormentas
Que cercam a vida
Calam o pânico destes Invernos
Que gelam os gestos
Esboçam a nudez de um sorriso
No redondo de uma praça
Sorvem a luz que transcende
Uma lágrima
Que rola a medo
Estremecem a foz deste tempo
Em arrojos de espuma
São...
Linhas fugidias...
Segmentos desnorteados...
Flechas de vento...
Golpes de luz
Nos segredos do escuro...
São...
Fios de tempo
Que abraçam a cintura
Da minha alma.

Caminhar


Linhas curvas na rectidão do tempo
Traços sinuosos
Nos caminhos rasgados
Pelas passadas de um silêncio suado
Metas aquém deste horizonte
Desafios a cada esquina
Dobrada pela vida
Um pulsar!
Um olhar!
Um desejo!
Tocar a mão do destino.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Mulher,Mãe,Amiga


Escrevo nas primeiras horas deste amanhecer de um tempo vestido de Mulher enquanto na verdura da folhagem cantam todos os pássaros quase uma saudação ou talvez quem sabe este obrigado por estares aqui por seres esse sol que aquece o frio da alma.
És um templo imutável,um sorriso fecundo,cavando cada sulco da vida e tudo o que te foge é para ti um recomeço.
Escrevo-te hoje a ti rosto envelhecido sabe-se lá porquantos silêncios abafados em teu regaço deixando a descoberto fios de prata com que enfeitas as histórias dos teus netos.
Escrevo-te com esta simplicidade tão suave como o voo de uma ave porque no teu ventre há um ninho onde a penugem do carinho se renova a cada nove luas.
Escrevo-te MÃE esse horizonte onde pairam as coisas pequeninas aquelas que fazem de ti essa janela aberta que o sol beija incessantemente.
Escrevo-te Destino cizelado na tela branca porque tu mulher trazes nas mãos o verde com que pintas os dias cinzentos.
Escrevo-te Sorriso mesmo que a alma seja esse canto triste que te desnuda cada palmo do sentir e te transfigura o olhar nessa imensa luz onde o pôr do sol é o começo de mais uma eternidade.
Escrevo-te Lágrima,Alegria,Explosão de tudo o que em ti se encerra embalando cada choro no lume que te sacode o pensamento quando as horas são esse amor ás avessas que fazem de ti esse mistério que ninguém ousa tocar.
Escrevo-te Melodia,onde adormece o sonho essas asas libertas que poisam sobre o pensamento.
Escrevo-te Mãe mesmo que as horas vertam nuas o suor deste passar sobre o labirinto de tantas palavras que fluem do anoitecer enquanto tuas mãos vão tecendo na memória essa teia de lágrimas que riem o fundo poema escrito no teu olhar.
Escrevo-te Mulher,Mãe,Amiga,Amante,Companheira enquanto a dimensão do gesto se veste com o manto de seda onde a paz se aninha.
Escrevo-te hoje as coisas de tantos dias porque trazes contigo a certeza que a esperança é muito mais que a chuva de estrelas que tu mulher velas em sonos trémulos.
Escrevo-te Mãe porque a belez imperecível murmura aquém de ti
Escrevo-te hoje Mulher porque és ser sem tamanho e alma sem medida.
Escrevo-te Mulher no Ventre do Amor.

domingo, 6 de maio de 2007

Vértice da Alma







Desce a noite sobre o vértice

Tudo se queda neste silêncio

Onde a coragem é voz

Que a alma solta

Mesmo que a mordaça

Espreite o espaço

Onde vou tingindo as horas quebradiças

Com o carmim deste bater


É neste Vértice da Alma

Que tudo começa

Quando o fim é a linha

Onde o olhar se queda.


Vértice da Alma

Um momento

Um respirar

De palavras

No sorriso do tempo.