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quinta-feira, 24 de maio de 2007

entre linhas



Bastava o esvoaçar de uma ave
Para sentir o arrepio percorrer o corpo
E a alma subir em silêncio
Ao regaço da paz
Bastava sentir o amanhecer
Entrar-me pelas frinchas do pensamento
Para soltar todos os horizontes
Bastava o sorrir do vento
Rompendo a pele
Para eu acreditar no frio
Que me persegue
Quando em mim a solidão avança
Bastava uma folha nua
Deslizando entre as mãos
Para eu sentir ali o ventre dilatar-se
Deixando o olhar preso
Em mais um pedaço de mim.
Bastava
Uma letra
Um gesto
Um voo
Uma asa
Para eu ir aquém de mim
Reencontrando-me
No acreditar
Hoje
Basta-me o sopro da maresia
Abraçar-me
Para que em minha alma
Dance este querer tocar
Levemente o corpo da palavra.

1 comentário:

Anónimo disse...

A música de sua poesia casou perfeitamente com a música que ouço aqui.
Isso é raro, e belo...
Bastava o amor.
É tudo o que me basta.

Grato por sua visita tão carinhosa.

Beijos, menininha.