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domingo, 23 de dezembro de 2007

Mão Estendida

Fecham-se os olhos

Ao tombar o grito da pobreza

No beco da alma

Ressoam esmolas

Nas mãos ressequidas

Desta pequenez que nos gerou


Rompe-se o destino

Em farrapos incertos

E o mundo avança

Num correr sem medida

Contra o tempo

Que de ti se alimenta
Fecham-se portas e janelas

A noite pica as estrelas

Escondidas no medo

Que disseca o corpo

Caído nos escombros da vida
E tudo se esvazia

Até a côdea seca

Já nada resta

A não ser

Uma mão estendida numa noite de Natal.


sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Aqui por detrás das Palavras

Aqui por detrás deste desfile de palavras
De sons mágicos
De toques de alma
De silêncios perfumados
De marés envelhecidas
De nevoeiros encrespados
De olhares grávidos
De bocas sedentas
De mãos sedosas
Há um tempo onde me recolho
Desfiando esse novelo que me fala
De fios escorridos
Sobre esta tábua
Que nao perscreve
Mas escreve as tonalidades
Que brotam da alma
Aqui por detrás das palavras
Sinto o beijo frio da noite branca
Essa que se enlaça
No corpo da lua
Deixando suspensos os fios
Onde os sonhos são corpo
De uma alma azulada
Aqui por detrás das palavras
Sinto a lágrima esvair-se
No lacrimejar do silêncio!