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segunda-feira, 7 de abril de 2008

Falemos

Falemos deste ondear

Onde vozes doridas

Lavam todos mágoas

Sem que o silêncio

Desvaneça este rosto de uma vida

Presa numa saudade aquém do tempo

Falemos!

Desta aragem que rodopia

No pensamento mais virgem

Deixando o eco sem forma

No vazio que se aconchega

À penumbra dos entardeceres

Falemos

Desses trilhos enregelados

Que pairam sobre o olhar

Como aves grasnando temporais

Sobre a terra queimada pela solidão

Falemos.......

Sem medos nem tabus

Não queimemos mais a alma

Com o fogo da palavra incerta.

Falemos

Mesmo que a fome doa

Na carne roída de silêncios

Mesmo que os olhos extravasem

Um mar de sal

Mesmo que o corpo se arraste

Nas ruas da solidão

FALEMOS DE AMOR.

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