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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

POETA

Poeta,rosto escavado

Na penumbra do tempo

Alma de garça

Desenhando no espaço

As letras soltas

De uma canção

Que embalou o sonho


Poeta

Lava incandescente

Borda o teu pensamento


E o sal?


Ai o sal!


Vertigem que rodeia o teu olhar

Espasmo do sentir

Rolando num rosto

Refletido nas águas

De um oceano de palavras


Poeta voz aquém deste infinito

Tempo sem idade

Hora sem espartilho

Liberdade explodindo

Na espuma de um dedilhar

Quase febril

Levando a alma ao limiar

De um êxtase quase divino
E soltam-se

Como bagos de uma vinha

Embebedam

Seduzem

Perfumam o amanhecer da vida

Antevendo o grito

De quem acredita

Na candura das palavras


Poeta

Serás sempre o basalto

Que sustenta este doce pilar

De no colo deixares tombar

Mil sentires

Dando corpo á luz

E alma á verdade


Poeta,da solidão incontida

De vozes vergadas

De lágrimas paridas

Nas esquinas da vida

Onde adormecem os silêncios

Que acordam as consciências.


Poeta um deus ungiu-te

Com óleo de jasmim

Deixando no teu rosto

O rasto de um fado

Cantado pela alma de uma estrela


Vértice da Alma

2 comentários:

Heloisa B.P disse...

SIMPLESMENTE DESLUMBRANTE!!!

Dizer mais e' como que profanar, com palavras minhas, a GENUINIDADE QUASE "DIVINAL" DESTE DIVINO POEMA!!!

PARABENS POETA******!!!!!!

ABRACOS.

Heloisa B.P.

O Profeta disse...

Se este céu nublado continuar assim
Se esta dorida dor continuar cravada em mim
Se este andar de rumo incerto cravado em meu caminhar
Um dia encontrará um princípio sem o fim?

Com estas malditas nuvens, duvido!
Hoje percorri a ilha toda na procura de uma réstia de luz
Onde pára o verde, aquele verde esperança
Onde param as hortênsias que me fazem feliz?

Mágico beijo