Do céu tomba o macio branco
Que se enrosca nas voltas
Deste sol envergonhado
Estendendo o seu pestanejar
Sobre o rosto macerado do tempo
Recolhem-se flores
Adormecendo nas gotículas humedecidas
De um olhar terno
Solta-se o perfume dos afectos
Que enlaçam o pulsar
A pele cede ao arrepio breve
Enquanto as mãos
Tecem uma grinalda
Sem penas nem lágrimas
Quebra-se o nó
Que asfixia os sentidos
De um corpo adormecido
Soltando-se dos lábios da alma
A suavidade de um cântico
Que se eleva aos céus do Ser
Deixando o aroma do amor
Pairando no leito
Onde todos os afectos se sublimam
Enquanto a voz do amor cala a lágrima
Que se solta no seio da emoção
Nem o tempo nem a hora existem
Quando sobre cada coração
Se soltar a ternura deste amar
Sem nada pedir em troca
Apenas amar até que sobre mim
Caia a noite sem regresso.
1 comentário:
..."Nem o tempo nem a hora existem
Quando sobre cada coração
Se soltar a ternura deste amar"...adorei esta passagem, perfeito mesmo, como um momento suspenso no tempo...
Beijo Sentido
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