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quarta-feira, 11 de junho de 2008

Rasgo de Olhar



Falta ao olhar a limpidez
Para rasgar esse orvalho matizado
Onde se aninham as palavras invertidas
De gesto e alma
Falta o sulco
De todos os caminhos
Esse rasgo entre a terra queimada
E o desejo de alcançar
Esse pedaço de sol
Onde adormecem verdes esperanças
Falta o grito mesmo que chorado
De tantas Almas famintas
De tantos corpos alquebrados
De tantos olhares
Parados num tempo sem tempo
Falta ao olhar
O deslumbrar de um amanhã
Onde haja um naco de pão
Mesmo que seja
Na mais apertada esquina da vida

Falta ao olhar
Apenas e tão sómente
A verdade por tantos escondida.

1 comentário:

Fernando Reis Costa disse...

"Rasgo de Olhar"... - Que peça literária lindíssima. O estilo, as figuras, a sonoridade, enfim a mensagem...falam por si! E que verdade!
Parabéns, E. Vieira, por tão bela poesia. Vou ver mais.
Ah, obrigado pela sua visita ao meu site.
De Coimbra para esse canteiro açoriano...um grande abraço.
F. Reis Costa