Esqueci-me que o sol se esconde
Nas frinchas das almas débeis
Deixando nas margens do corpo
O pó onde tudo começa
Onde tudo se ateia
Esqueci-me que as mãos deslizam
Esmagando a pele
Rasgando as veias
Deixando brotar o vermelho que aquece o bater
Esqueci-me da lágrima
Do olhar desvanecido
Da tristeza amachucada
Da palavra renunciada
Da dor estigmatizada
Da fome enterrada
Da Paz apodrecida
Da amizade magoada
Da saudade cantada
Em trinadados uivantes
Rasgando a pureza do Universo
Esqueci-me das palavras
Dos gestos
Do corpo
Da métrica
Das sílabas
Que outrora vestia
Cada folha de vida
Esqueci-me que numa noite
Deixei voar a alma
Deixando-a cair nas mãos de um sonho
Esqueci-me da luta
Que a cada hora bate
Na soleira da vida
Mentindo a liberdade
Transformando o todo
Neste nada que enche
O grito da alma
Esqueci-me de parecer
APENAS SENDO.
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