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domingo, 22 de julho de 2007


A noite cobre este pedaço de terra enquanto todas as sombras se recolhem no seu ego disfrutando cada medo como vitórias.
Passou-se mais um dia entre o diz que diz e o tombar deste escuro que recolhe em seu regaço todas as lágrimas tão rotineiras quanto as passadas destes manequins que deambulam tentando cativar um olhar mais atrevido ou um gesto que desbraves sentidos já tão contaminados de impurezas!
Solto a âncora deste meu barco e deixo a alma ser a timoneira neste peregrinar!
Destino ...ou fado este meu navegar tocando aqui e ali o coração daqueles que se dizem mais altos no pensamento!
Talvez movida por aquele brilho que nos seduz a alma e o pensamento vou quebrando todos os gelos dando lugar ao calor de um gesto.
Neste caminhar ou melhor nesta minha viagem em mares tão diversos vejo mastros outrora erguidos sobre o cintilar das estrelas hoje tombados talvez lhes tenha faltado o verdadeiro alimento !
A sinceridade de uma palavra brotando de uma alma virgem sem artificios nem luzes de ribalta!A humildade e o reconhecimento de saberem que são pó e em pó se tornarão!
Navego sobre as mansas águas que me envolvem e me devolvem a lucidez real deste mundo onde vejo palavras emperradas em almas não libertas.
Continuando a remar em marés tão vermelhas que deixam o olhar deste mar preso e quase abismado ao comtemplar sombras paradas e consciências adormecidas num ontem que já nem faz parte da história.
Reconduzi-las até a este pedaço onde as palavras são migalhas que alimentam a alma e o sonho ainda é aquele lago limpído onde a alma lava todas as feridas.
É querer erguer a ponte entre os que adormeceram em leitos de espinhos e aqueles que carregam o ideal jamais derrubado por qualquer fanatismo ou por os desentendimentos que vão aparecendo a cada esquina da vida!
Mas eu também sou um grão no meio deste pó todo!
Resgato todas as melodias contidas em almas sequiosas de vingança deixo-as sobre o corpo azulado de um mar que revolve e renova e com estas mãos de papel vou limando arestas rudes deixando em cada SER a razão deste permanecer!
E por acreditar que esta passagem não é apenas instante de prazeres carnais digo-vos:
Chamem loucos aos poetas esses que desvendam todos os silêncios e desnudam as palavras trazendo a cada olhar o fulgor de uma palavra limpa!
Chamem loucos aos que sem horas escrevem o tempo sobre a tábua da vida adiantando aos sentidos esse arrepio que a pouco e pouco vai despertando a consciênciae libertando o amor neste mundo tão mal amado!
Chamem loucos áqueles que pensando alto vão deixando sobre os regos da saudade a semente que vai transformar essa loucura na mais eterna Esperança!
Assim vou pensando alto enquanto os mais altos se deleitam sob a chuva de misérias regatadas na hora batida sobre a falsidade.
Doce loucura esta ou graça divina aspergida de um fogo que enebria o espírito deixando a nu a lucidez fazendo esquecer o ego e voar no mundo onde as palavras são a misticidade de cada amanhecer.

1 comentário:

Anónimo disse...

A força de uma Alma em perfeita sintonia deixando transparecer os sentimentos de uma verdadeira Poetisa.
Bem Haja