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terça-feira, 5 de junho de 2007

Dizei-me

Dizei-me com a voz da alma,
Sem que o pestanejar se abra
Nem o bocejo seja a hora perdida,
Escrita no vermelho do entardecer;
O lugar;
O espaço,
Onde o poeta seja o corpo do amor
Quando surgem no horizonte
Nuvens de sangue.

Dizei-me antes que a madrugada acorde
Onde colocar esse sal
Que emerge de um olhar
Quando as mãos
Percorrem as palavras
Acendendo o lume
De um gesto.

Dizei-me com a voz da alma,
Se existe o momento em que o espelho
Não consente a imagem
Nem a luz,
Restando apenas o vazio...

Dizei-me,
Se o poeta é a face da transparência
Ou o acordar do silêncio?

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