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domingo, 5 de agosto de 2007

Não há Mãos



Não há mãos que segurem
Este sentir doentio
Este ódio que se levanta
Antes da alvorada
Não há mãos que desatem
Este nó de violência
Que se sacia do sangue inocente
Deixando a paz prostada

Não há mãos que aquietem a dor
Que surge qual ronco
No ventre da alma
Deixando o nada e as sobras
Serem migalhas de vento
Não há mãos que recolham
Todas as lágrimas pisadas
Arrebatadas das entranhas da alma
Deixando exposta a carne ferida

E o luto tomba sobre o mundo
Qual vento agreste
Enquanto o rosto da besta se esconde
Na alcova de ameaçadores silêncios

Não há mãos !

Mas há a voz e o grito
De um poeta
Que as mãos não apagarão
Porque o tempo deixa-lhes na memória
O grito da Liberdade.

2 comentários:

Divinius disse...

Ainda bem que há voz...
ABRAÇO:)

Embryotic SouL disse...

Perfeitas letras!

No vento caminham cinzas, poeiras de uma outrora vida, mágoas imersas em dolente lastimação, ontem alegria, hoje divagação, amor e magia, na mão da mais singela união. No sabor do vento de Levante, caminham letras de um ser estrondoso, rimas de um sentir silêncioso, grito do profundo amante, alma singular, grito secular, verso primoroso.